segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Mais do que qualquer um, eu te conheço, sei dos seus medos e até das suas estratégias de sobrevivência, conheço suas músicas, suas manias, seu gosto e seu jeito. Eu traduzo o que você está sentindo sem que você diga uma palavra, você que me ensinou a fazer isso. Já ouviu falar que opostos se atraem e os dispostos se distraem, pois é, é questão de tempo, talvez muito tempo mas você perceberá, e quando voltar eu não estarei mais aqui. E eu sei que antes de ser qualquer outra coisa, és um mortal como todos os outros, portanto eu lhe digo meu caro, seu sorriso pode enganar uma multidão, mas nunca a mim. Não se esqueça de quem eu sou. Mas agora, o que foi feito está feito, lavo minhas mãos! Eu estou indo em bora, definitivamente, fui por ali, mas se você for rápido ainda me alcança.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

minhas entrelinhas.

Cada estrela á qual já fiz um pedido, cada raio que já embaçou minha visão durante o pôr-do-sol, cada fim de tarde junto ao mar, as gargalhadas com os amigos, a leveza de meus amores, cada livro que já me fez companhia madrugada à dentro ou mesmo os que li sob a sombra de minha pitangueira favorita, sorrisos espontâneos, flores e primavera. Sou feita disso. Isso para mim é a felicidade, o simples e verdadeiro.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

as cores as vezes escondem muita escuridão.

Eu conseguia escutar o cantar dos passáros que entravam abafados e leves pelas pequenas fendas existentes nas janelas quebradas, daquela pequena sala colorida e encantadoramente ajeitadinha, decorada de forma abstrata; as paredes riscadas com memórias, e um pequeno bule pintado manualmente de floral carregava algumas flores dentro de si, em um cantinho da sala. Agora a melodia de uma das minhas músicas preferidas ecoava pelo ambiente, aquilo me acalmava fazendo meus pensamentos mais perigosos se afastarem cada vez mais. Toda aquela raiva e tristeza que haviam se acumulado dentro de mim não passavam de pura poeira agora, como a que estava impregnada naquelas roupas bagunçadamente penduradas na arara. Talvez eu devesse simplesmente levantar e sacudir a minha poeira, a que estava dentro de mim. Respirei fundo e prendi o ar em meus pulmões, fechei os olhos e desejei com todo meu coração que eu pudesse ser forte e manter  meus pensamentos positivos. Não senti calafrios, nem borboletas no estômago, e muito menos uma brisa levemente refrescante entrara pela janela ou outra coisa do tipo, nada, nada acontecera. Então abri os olhos vagarosamente e eles correram de imediato para uma palavra que parecia se destacar na parede verde limão. Fênix. Então eu entendi. Era preciso sacudir a poeira e renascer das cinzas, e eu o faria.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Consegui estragar todos os meus relacionamentos simplesmente porque gostei demais das pessoas. Dessa vez quero acertar, por isso combinei comigo que, apesar de estar morrendo por você, não gosto de você.
(http://dreamscanbe.blogspot.com/)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Refúgio.

O que as pessoas não sabiam sobre mim durante esse tempo todo é que nem sempre fui as atitudes que tive, nem sempre estive ao lado de minhas decisões e nem sempre as minhas palavras foram o que eu realmente queria ter dito. Agora eu precisava mais do que manter o controle sobre mim, eu precisava correr atrás de meu tempo perdido, só queria conseguir não me sentir culpada toda vez que leio essas entrelinhas abaixo. Sempre escrevo em  verbos do pretérito imperfeito indicativo, talvez isso se deva a minha forma de pensar que as vezes pode ser incansavelmente masoquista.
Basicamente sempre fora assim, mas não seria mais..
Era fim de tarde, meus afazeres da escola já estavam prontos, enquanto guardava meus cadernos em minha mochila marrom surrada, tive uma breve idéia e em um impulso vesti minha causa de moletom cinza, particularmente minha favorita, juntei em minhas mãos o fone de ouvidos e uma maçã, com passos leves mas apressados cheguei à clareira em que brincava quando era criança, meus olhos percorreram cada espaço de lá, a relva úmida ainda tinha o mesmo cheiro, e era incrível como tudo estava intocável, o tronco em que nos equilbrávamos ainda permanecia no mesmo lugar, vagarosamente me aproximei e sentei, era como se o tempo tivesse se esquecido de passar por ali, perdida em meus pensamentos abocanhei um pedaço de maçã e selecionei minha música favorita; já era final de tarde e eu podia ver o sol se pondo por entre as copas das árvores, tudo estava bem agora, e eu consegui entender que as coisas boas estavam dentro de mim. Eu só precisava reencontrá-las e ter um pouco mais de paciência, afinal o tique taquear do relógio significa muito mais do que horas passando, o tempo resolve tudo sempre, e não é só mais uma metáfora clichê.

sábado, 20 de novembro de 2010

desistir: ato de abrir mão de algo, não querer mais.

Quando se toma uma cartela inteira de comprimidos e se vai deitar, desejando nunca mais acordar, é preciso coragem para desistir, abrir mão de tudo. Quando você acorda no meio da noite com o travesseiro encharcado de sangue e suas narinas e sua boca ainda sangrando.. bom muita coisa se passa pela sua cabeça, e nessa hora o medo é a sua unica companhia, senti muito mais do que um insuportável gosto de sangue em minha boca, senti que já não era mais a mesma. Muito tempo se passou desde aquela noite, mas sempre lembro a mim o quanto forte posso ser, então.. acredite quando digo que posso aguentar sozinha.

Minha cafeína nostalgica é sempre a minha melhor droga.

Bom, mas agora não importa mais. Você tem andado ocupado de mais para perceber, se diz sempre tão forte, vangloria carater e bons costumes, mas não consegue nem mesmo transformar suas palavras em atitudes, eu estou bem e o melhor que devo fazer agora é um café, bem forte.
O resto ficou subtendido, ou pelo menos deveria ter ficado, as vezes quando digo que estou bem, eu queria que alguém olhesse nos meus olhos, me abraçasse apertado e me dissesse: Eu sei que você não está.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Meu sol, para sempre.

(...) Era como um sol, um sol particular, dotado de peculiaridades, sabia se fazer presente constantemente; mas caso seu calor fosse desnecessário, disposto e magnifico, dava de presente a ela o mais lindo pôr-do-sol. Mas a verdade era que ela sabia, que não importava se poderia vê-lo ou não, mesmo que de traz das colinas ele sempre estaria lá, disporto a aquece-la, a brilhar para ela e por ela se preciso fosse, ou simpleste fazer-lhe compania, e nada poderia ser mais importante do que isso para ela.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Minha dose semanal de morfina.

O tempo era curto como de costume, desajeitados nós procuramos minhas coisas que estavam espalhadas pelo quarto e colocamos tudo em minha bolsa verde-musgo, fechei o ziper rápidamente, o barulho causado por esse movimento provocou-me um leve arrepio em toda espinha, o aperto em meu peito era o dê sempre, nessa hora a angústia costumava cegar-me. Estava tudo pronto para minha partida, mas sorrateiramente virei-me para tráz, meus olhos agora quase marejados percorreram o quarto, era aquela imagem que eu queria eternizar em minha mente, aquela bagunça toda, roupas espalhadas pelo chão, colheres sujas de sorvete, cobertores emaranhadas ao pé da cama, copos com vestigios de refrigerante. Aquilo era para mim a melhor parte da semana. Derrepente sua voz aveludada e macia surpreendeu-me: -Você esqueceu alguma coisa? -Não! Respondi rápidamente. A verdade era que eu não esquecia nada, mas deixava ali um pedaço de mim e grande parte de minha alegria. Percebendo minha expressão dolorosa, seus braços envolveram-me em um abraço, e seus lábios encostaram em minha testa e sussuraram baixinho:
-Sempre estarei contigo, e você sabe disso. Aquilo tudo para mim era como uma morfina, letal, mas que me acalmava.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Gritos que ninguém jamais ouviria.

As palavras que sempre foram minhas aliadas agora torturavam-me, ao fechar os olhos escutava o eco delas eclodindo em minha memória, o efeito era letal. Eram como lâminas de titânio mechendo em uma ferida ainda em carne viva. Abraçada ao mesmo urso surrado de sempre, eu procurava abafar meus gritos e ignorar o choro. Encolhida em minha cama vi as horas passarem e as lágrimas se acalmarem, que agora apenas deciam mornas em meu rosto, à uma temperatura consideravelmente agradável. Então é assim? É assim que é se sentir morta? Simplismente não ter vontade de levantar e se arriscar novamente?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Tudo errado, mais uma vez.

O sol escondia-se já sobre a copa das árvores, e derrepente eu não conseguia ver mais beleza em nada, entretanto tudo que eu havia construído em meses fora destruído em horas, isso era nítido, aliás nítido até de mais. Eu tinha consciência da dimensão de tudo, encolhida naquele gramado umido e gelado me dei conta de que no final eu sempre faço tudo errado e que não importa o que eu fale ninguém nunca realmente vai entender, então foi aí que me dei conta do quão fraca eu era, ingenuidade ou burrice minha acreditar que tudo daria certo, bom talvez houvece um problema em meu cérebro ou em meu coração. O mundo não perceberá que talvez essa fosse a hora errada para um tropeço, ainda por que, sozinha eu não levantaria mais. Eu precisava de um abraço, de um afago, eu queria que alguém percebece que eu não era adulta o suficiente e que eu não estava conseguindo me virar sozinha, e que mais do que nunca eu não precisava de julgamentos, embora eu os merecece, me sentia uma criança comprimindo o choro pra tentar provar que era forte o suficiente. Não consigo achar motivos para acreditar em algo, é tão desnecessário e não faria diferença alguma, sei disso.  Sou tão voluvel que talvez amanhã eu acorde e esteja tudo diferente, e eu me dê conta da futilidade desse texto, desses sentimentos, e de tudo que eu penso e sou.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

amargamente doce, e inconfundivel.

 Quinzena passada eu havia lhe dito, que meu rímel estava borrado por motivos irrevogáveis, mas se lhe visse hoje você perceberia que como todo e qualquer mortal eu me enganava. Tudo havia mudado, pois percebi que a sorte conhece meu endereço e bate à minha porta. Está aqui, presente do bingo ao trevo de quatro folhas. E eu sei, eu sei que você dirá que sorte não existe, que o que existe são conquistas. Então chame de acaso, coincidência, fé, o que for. Independente do nome, aqui tem de sobra. E antes que você pergunte onde está meu bilhete premiado na Mega Sena, onde foi parar o carro que ganhei no último sorteio ou quanto dinheiro andei achando na rua, é bom avisar: Sorte pra mim é ver o carrinho de picolé chegando. É compartilhar gargalhadas na segunda. Acordar com vontade de fazer bolo e ver que tenho os ingredientes. É ganhar beijo roubado. Sorte pra mim é sol no sábado. É pijama até às 3. É reunir os melhores amigos com chapeuzinho de aniversário ou simplismente em um bom e velho filme com muito sorvete. É saber que amanhã é sexta. E que os problemas já podem ser substituídos por otimismo. Sorte é saber que posso contar com minhas crenças, meus amores, contar com tudo que sou e que tenho. E saber que eu não sou um monte de coisas. Mas que posso ser. É ter pra quem ligar quando eu quero rir. E ter alguém pra chamar quando eu quero colo. É ter certezas. É saber que vai dar tempo. Que vai dar saudade. Mas que sou determinada a ponto de quebrar a cara (e de não desistir com isso). É, acima de tudo, saber perceber que eu tenho sorte.
Sorte é ter um passado doce e o açucareiro nas mãos. Eu sou a minha própria sorte.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

burrice, futilidade, fraqueza.

É só um sorriso, mas a maneira com que ele brinca com os seus olhos, penetrantes, viciantes, isso me alucina, saber que posso mas não devo tocar é surrealmente torturante. Cada globulo em meu sangue insiste em estremecer. O desejo anula todos os sentidos. É bom, vicia, cega, mas desejar o que não se pode ter, além de ser instigante, é extremamente perigoso. E por irônia de minha sorte, sempre gostei do perigo.

domingo, 10 de outubro de 2010

Se você não entende, pode ir embora.

Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito não é mais o mesmo, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos. Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos, nem os filmes favoritos. Que pessoas e assuntos fúteis não me encantam mais. Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Ele não sabe que eu nunca mais recorri a fotografias. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. E que ainda não aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que tenho estado tão bem sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Mas que ainda preciso de meu sorvete quando tudo dá errado. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu aprendi que posso ser minha melhor e mais confiável companhia: e o principal, ele nem imagina que foi ele quem me ensinou a ser assim. Não vou voltar a acreditar em algo que á muito aprendi não ser real. Não, não sou tão idiota assim. E você, o que tem a ver com isso? Bom, se você não entende pode ir em bora, perdi muito tempo tentando me explicar para no final perceber que nada valeu meus esforços. Não se preocupe se você não estragar o pouco de consideração que ainda tenho quem sabe você possa virar uma lembrança minha também, escrita em tinta azul borrada, borrada pois não teve tempo para secar. Descubri que você tinha razão, realmente sou diferente, não me contento com frações, e tão pouco com o que é comum.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Algo morno e ingênuo que havia ficado no caminho.

Era somente mais uma manhã fria e chuvosa, mas para mim aquilo era o inferno, aquelas meninas sorridentes no corredor da escola me perturbavam, seus risos e brincadeiras doiam ao meu ouvido, tudo me parecia chato, monotono e sem vida, as pessoas, elas me cansavam, tudo que saia de suas bocas era fútil, desbresável. Meu melhor amigo já não confiava mais em mim, eu não o julgaria, na ultima semana eu traira até a mim mesma, eu tentava negar a razão de tudo isso, mas a massa cefálica existente em meu cérebro fazia-me relembrar de segundo em segundo, o quão eu estava sendo tola e imatura, ingenuidade minha achar que no final tudo ficaria bem e ninguém se machucaria, talvez eu quizese apenas minha alegria de volta, meus sorrizinhos bobos acompanhados de gargalhadas exageradas.
Minhas mãos geladas deslizavam sobre o teclado do meu notebook, enquanto eu digitava em um site de buscas a procura de um tradutor.. enfim aquele meu dia infernal acabara desse jeito, sem vida, sem motivos, e com a minha insegurança, tenho lembranças aqui, dentro de mim, mas não houso revela-las nem a mim mesma, o ácido lático em meus músculos estremece toda vez que fecho os olhos e lembro.. enfim, isso não importa mais agora. Minha frieza me levara até aqui, mas agora, agora sinto-me apenas uma garotinha vulnerável, precisando de um afago e de mais um sorriso seu.

sábado, 4 de setembro de 2010

chris e greg (:

Era metade de uma tarde de sexta-feira, a escola estava vazia, mas do ginásio ecoava um barulho, uma bola quicando no chão, risadas e caras zangadas quando a bola batia na tabela mas não entrava na sesta. Aquilo pareceu-me tão divertido que mesmo não tendo jeito em todo e qualquer tipo de esporte algum, resolvi ir até a quadra também, não aguentava mais ficar parada. Arremecei algumas vezes, até que sorrateiramente peguei a bola e começei a correr pelo ginásio com ela entre as mãos, ele sorrindo veio atráz de mim tentando pega-la, e conseguiu, mais alguns arremessos e então comecei a quicar a bola e a correr, no fundo eu sabia que se ele quisece sem esforço algum roubaria a bola de mim, mas parmitia-me continuar com aquela espécie de brincadeira, corri achando que estava em vantagem, mas derrepende cóssegas, e a não, ele havia trapaceado e eu havia perdido a bola, sorrimos como duas crianças despreocupadas. Eu gostava dessa sensação, aquilo era a felicidade para mim, simples e pura.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

os meus velhos gritos abafados..

Era estranho até mesmo para mim, perceber que o barulho da chuva sobre as folhas lá fora não me distraia mais, as coisas estavam tão frias nas últimas semanas, os meus sorrisos estavam cada vez menos frequêntes, eu me sentia cansada, cansada de tudo.. era como se mil lâminas de titânio perfuracem meu estômago e eu não sentice nada, absolutamente nada, eu estava cansada até mesmo para sentir dor, eu estava adormecida, morta por dentro, e me esforçando para esconder do mundo a minha vontade de gritar. Eu havia aprendido que ninguém nunca pode amenizar a dor quando ela vem do coração e percorre cada gota de nosso sangue. Os dias estavam passando mas não havia nada que eu pudece fazer, não tinha mais controle sobre os meus pensamentos e muito menos sobre meus atos, sem mensionar a nostalgia. Mesmo contra a minha vontade eu ainda entremecia ouvindo leave out the rest. Então deduzi que tudo morria ou ficava para traz, menos os nossos medos, todas as noites eu ainda tenho o mesmo pesadelo, acordo suada, e chorando e meus gritos são abafados pelo quarto escuro, então nesse exato momento sempre lembro a mim mesma de que não posso fraquejar, aprendi a silenciar tudo. Não sei se chamo isso de força ou de fraqueza. Mas eu havia aprendido a sobreviver assim, e não sei se teria sido melhor de outra forma.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Frio, aqui dentro mais do que lá fora.

Eu não sabia o que esperar desse inverno, talvez neve, ventos com capacidade de petrificar minhas mãos e pés, muitos casacos e cachecóis, coisas as quais eu estava acostumada. Mas confesso que não foi exatamente assim. Muitas coisas estavam estranhas nos ultimos meses, muitas coisas haviam mudado e muitas ainda mudariam, eu estava disposta a me arriscar e não perder um segundo se quer, algo, alguma força estranha motivava-me e ser otimista e não deixar de acreditar, mas agora, agora me sinto congelada como tudo lá fora. Presa, mas não pela quantidade de casacos. Não via mais motivos, não via mais vida em nada. As pessoas, as coisas, tudo me cansava muito rápido, sugando minha energia de uma forma brutal. Definitivamente não vejo beleza no inverno. Então me dei conta de algo que pareceu ter esmigalhado meu cerebro, bom era calada da noite e lá estava eu, no auge dos meus quinze anos murmurando minhas inflamações novamente, como uma velhinha ranzinsa. Eu realmente esperava que as coisas voltessem a me encantar com a chegada do equinócio, afinal eu não sabia por quanto tempo alguém poderia permanecer sem vida e mesmo assim continuar vivendo. Dê uma coisa eu tinha abssoluta convicção, nenhum inverno jamais seria mais frio e persistente do que eu, afinal ainda tenho motivos, lembrei a mim mesma, uma xícara de café e um bom livro todas as noites, um menino afável e com cara de príncipe Caspian, um dos heróis de C. S. Lewis em As crônicas de Nárnia. Eram poucos os motivos, para ser sincera se resumiam apenas à esses três. Eram poucos, mas bons. Enquanto eu os tivesse, estava disposta a permanecer ali, esperando tudo descongelar.

sábado, 24 de julho de 2010

Estaremos juntos, mas agora de forma diferente.

Ontem vi o quanto eu tinha medo de nunca mais te ver, e hoje ainda não é nada fácil. Espero o melhor, quando o pior sempre foi o mal da sua ausência. Mas se algum dia voltar e não me encontrar, entenda o que eu passei, tive que controlar cada pensamento meu, por te desejar aqui. Quero viver sem que você seja um pensamente constante, uma lembrança que inflama meu coração nas noites de insônia! E hoje eu sei que pra entender eu precisei me afastar. Diante de tantas caras e rostos era difícil saber em qual acreditar, e se pudia acreditar, mas mesmo assim eu acreditei ... E olha onde eu parei. Mas tanto faz agora se você nunca souber como eu estou (...) Meu coração não lhe pertence mais. Você está em mim, constantemente me certifico disso, mas não passa de uma lembrança nostalgica que ficou no passado, um anjo que me deu asas para voar para longe, fui covarde eu sei, mas você não entenderia meus motivos, e nem seria tola para pedir que os endendese, só quero que um dia você se dê conta da impotância que teve para mim.

domingo, 20 de junho de 2010

nada morre, apenas adormece.

Já nem mais me importava com a hora que o relógio mostrava, por mais que eu tentasse decifrar o que eu estava sentindo nenhuma palavra parecia-me exata. Minha atenção voltava-se à melodia da música satellite heart que agora tomava conta do meu quarto, eu odiava a mim mesma por me entregar a fraqueza novamente, o que estava acontecendo comigo? Eu já deveria estar acostumada com o fato das coisas estarem daquele jeito, eu sabia com cada célula de meu corpo que nada mudaria, independênte de quantas noites eu perdece o sono com bobagens. Não fazia sentido, aliás nada mais estava fazendo sentido últimamente. Olhei para o canto direito e meus olhos prenderam-se em algo que a muito tempo já tinha sido minha fortaleza, um ursinho de pelúcia grande e macio, talvez lembranças reconfortantes, não sei ao certo. Num impulso levantei e caminhei até lá, abracei-o e não consegui controlar a enxurrada de dor jogada em minha memória, era incrível como depois de tanto tempo aquela ferida mantinha-se aberta, intacta. Sequei rápidamente as lágrimas que desfocavam minha visão e então, algo muito forte apertou meu coração, fazendo o sangue em minhas veias pulsar mais rápido... Uma mancha preta no rosto do grande urso de pelúcia, e eu lembrava-me exatamente do dia em que aquela mancha fora feita: "Era uma tarde de verão, talvez um verão qualquer se não fosse por aquilo, após terem esmigalhado o que restava de meu coração, covardemente tranquei-me em meu quarto e chorando abracei o urso de pelúcia, minha maquiagem borrada havia feito a mancha preta no rosto do urso." E após tanto tempo ela ainda estava lá, como uma cicatriz, e não permiatia-me esquecer de nada! Levantei a cabeça vagorosamente expremendo as lágrimas que insistiam em se formar, permitindo-me sentir o gosto que elas tinham! Eu nunca havia fraquejado, e não seria agora a primeira vez, eu não podia me dar ao luxo de simplesmente ficar triste, não! Eu não podia. Era a penúltima semana de aulas, a semana dos exames finas, e minhas notas não eram nada invejaveis.. Eu tinha plena consciência de que não podia desabar.. pelo menos não agora.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

e finalmente conheci a nostalgia.

Eu não tinha me preparado para aquilo, nada do que estava ocontecendo tinha entrado em meus planos nem por um segundo, mas estava acontecendo.. Na verdade eu sabia que toda aquela nostalgia viria à tona mais cedo ou mais tarde, mas eu contava com tempo, o suficiente para estar pronta...
Tanta gente naquele mesmo lugar, todas elas rindo sem preocupações.. eu também era assim, eu queria continuar assim. A música alta que corria por todo meu corpo não me alegrava mais como antes, agora era dolorida, torturante..
Olhava fixamente para o chão esperando que tudo aquilo fosse só um breve pensamento, mas não foi! Então me dei conta do que realmente eu estava sentindo, aquela porcaria quente se formando no meu olho e caíndo muito rápido, num reflexo sequei-á, mas era tarde, todos haviam notado, que ótimo! Esse era só o começo do estrago que eu faria na noite das pessoas que eu mais amo, mas quase que instantâneamente ela, que um dia havia sido minha melhor amiga, me puxou pelo braço até o banheiro, ninguém precisou falar nada ela sabia exatamente o que eu tinha, mas não foi como antes, o abraço dela não me reconfortou, nada me reconfortou naquela noite! Naquele banheiro branco como a neve congelante do ártico, lavei meu rosto e tentei convencer a mim mesma que tudo ficaria bem e logo voltaria a ser como era. Respirei fundo e coloquei minha melhor máscara, e voltamos para lá. Outros braços numa tentativa falha também tentaram me acalmar, as milhões de pessoas, a música, as luzes, nada prendia minha atenção! Me dei conta que o tempo passou muito rápido e as coisas não foram como eu queria, eu havia enterrado meus sonhos sem nem mesmo me dar conta disso, meu planos foram inúteis e as tentativas falhas, agora talvez seja tarde demais, é melhor fingir que não dói.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

talvez eu nem tenha dito..

Parecia uma noite saída direto de um filme, aqueles que as protagonistas andam pelas ruas no inverno sorrindo cheias de casacos, mas comigo não era assim! O frio batia em meu rosto quase cortando, e o meu cabelo movia-se com o vento. Eu não sabia o motivo, mas tinha urgência em chegar em casa e de alguma forma sentir aconchego, não que minha casa fosse o lugar mais aconchegante do mundo mas meu quarto sim. Abri a porta, larguei tudo em cima da cama, a bolsa, a rosa e o saquinho com o peixe, presente do Paulinho. Joguei-me na cama esperando ouvir os gritos da minha mãe pela hora em que cheguei. Mas não. Os gritos não vieram! Não sei bem como explicar mas de repente tive a sensação de calma, algo que não sentia a muito tempo, durante uma fração de segundo tive a impressão de que as coisas não estavam tão fora do lugar, e até acreditei que tudo realmente se resolveria. Fechei os olhos com muita força, e em um flesh back perfeito vi algo que me fez sorrir, uma lembrança simples da minha tarde mas que com certeza me fazia bem.. Era a primeira hora da tarde, por mais que eu me esforçasse eu não conseguia me sentir culpada por estar matando aula, no mínimo não agora.. ele tava me abraçando e era difícil raciocinar com o cheiro dele por perto. Abri os olhos e vi nosso reflexo na vidraça da loja, ele olhava para os carros, e espremia um sorriso. Aquilo. Exatamente aquilo. Justificava todo o meu dia.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A verdade era que eu não me importava.

Não sei, talvez fosse o frio, mas eu tremia, tremia muito, e o arrepio em minha espinha era adrenalina de alguma forma, eu sabia o que aquele menino clichê iria me falar, bem no meu inconsciente algo gritava que eu deveria parar com aquele jogo que me impolgava, mas que era cruel para ele que sem saber jogava comigo, no final eu não seria quem realmente sairiam machucada. Minha consciência suplicava para que eu parace com aquela besteira, mas algo muito mais forte em meu inconsciênte fazia-me proseguir. Não resisti, e ás três e quarenta e cinco em ponto eu estava lá para ouvir o que ele tinha a me dizer.. Sentei no corredor, abri o Senhor dos Anéis na página 34 e comecei a ler, minha mão estava gelada, e também suada. Dei um pulo ao ouvir o sinal da escola que avisava sobre o intervalo, aquilo tirou meu pensamento do livro e me levou bruscamente de volta a realidade. Olhei para o final do corredor e lá estava ele com sua camisa xadrez surrada de sempre. Dei alguns passos em sua direção e ao chegar perto senti o ar desconcertante que o cercava, desajeitado se ofereceu para levar meus livros, e então fomos para a lateral direita do prédio central. Sentamos na grama úmida e ele começou a falar, idéias bagunçadas, tentativas de me explicar sobre uma mudança, algo que ele teria feito por uma garota, a mesma que ele esperou impacientemente a noite toda na festa á fantasia da escola, festa a qual a garota não fora. Enquanto ele falava eu jurava que poderia ouvir seu coração, ele tinha uma voz familiar, e derrepente uma pausa. Uma pausa de voz. Ergui seu rosto, e então me dei conta do que estava fazendo, uma lágrima estava caindo daqueles olhos castanhos quase pretos, foi instantânea a sensação de culpa, aquele jogo já tinha ido longe de mais, e o pior, eu não tinha mais controle da situação. Eu não desviei meus olhos de seu rosto por longos segundos, mas ele não teve coragem de me contar por quem esperou, por que estava triste naquela última semana e muito menos por que queria falar comigo. Me deu um sorriso forçado, dolorido, abaixou o rosto e fora. Talvez fosse como um cachorrinho que apenas precisace de afago.