domingo, 17 de abril de 2011

Tenha calma, lembrei a mim mesma.

O relógio marcava meia-noite, embora eu soubesse que precisaria acordar as seis horas da manhã no dia seguinte, meu corpo recusava-se a sentir sono, talvez pelo excesso de cafeína que ingeri quase sem perceber lendo o tedioso conjunto de páginas que minha professora insistia em chamar de livro. O fato era que eu havia estado inquieta o dia todo. Fazia coisas desnecessárias, remexia em alguma ou outra coisa, mudava algum móbile de lugar, abocanhava ferozmente algo a todo instante, tentava me manter distraída, ocupada. Mas a quem eu queria enganar, não tinha por que eu continuar com essa paranóia por mais outro dia, acho que os imãs da geladeira acabariam sangrando. Eu sabia que não havia feito nada de mais, era só um tempo que eu daria a mim mesma, para organizar a bagunça que os meus pensamentos tinham se tornado, no final tudo acabaria bem, tentei consolar a mim mesma. Miau. A força das cordas vocais de meu gato me fizeram sair de meus pensamentos, então, mordi o lado esquerdo de meu lábio inferior e sorri, enquanto meu gato majestosamente roçava-se em meus livros empilhados no chão, então percebi que se continuasse pensando nisso eu acabaria enlouquecendo.