terça-feira, 26 de outubro de 2010

Gritos que ninguém jamais ouviria.

As palavras que sempre foram minhas aliadas agora torturavam-me, ao fechar os olhos escutava o eco delas eclodindo em minha memória, o efeito era letal. Eram como lâminas de titânio mechendo em uma ferida ainda em carne viva. Abraçada ao mesmo urso surrado de sempre, eu procurava abafar meus gritos e ignorar o choro. Encolhida em minha cama vi as horas passarem e as lágrimas se acalmarem, que agora apenas deciam mornas em meu rosto, à uma temperatura consideravelmente agradável. Então é assim? É assim que é se sentir morta? Simplismente não ter vontade de levantar e se arriscar novamente?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Tudo errado, mais uma vez.

O sol escondia-se já sobre a copa das árvores, e derrepente eu não conseguia ver mais beleza em nada, entretanto tudo que eu havia construído em meses fora destruído em horas, isso era nítido, aliás nítido até de mais. Eu tinha consciência da dimensão de tudo, encolhida naquele gramado umido e gelado me dei conta de que no final eu sempre faço tudo errado e que não importa o que eu fale ninguém nunca realmente vai entender, então foi aí que me dei conta do quão fraca eu era, ingenuidade ou burrice minha acreditar que tudo daria certo, bom talvez houvece um problema em meu cérebro ou em meu coração. O mundo não perceberá que talvez essa fosse a hora errada para um tropeço, ainda por que, sozinha eu não levantaria mais. Eu precisava de um abraço, de um afago, eu queria que alguém percebece que eu não era adulta o suficiente e que eu não estava conseguindo me virar sozinha, e que mais do que nunca eu não precisava de julgamentos, embora eu os merecece, me sentia uma criança comprimindo o choro pra tentar provar que era forte o suficiente. Não consigo achar motivos para acreditar em algo, é tão desnecessário e não faria diferença alguma, sei disso.  Sou tão voluvel que talvez amanhã eu acorde e esteja tudo diferente, e eu me dê conta da futilidade desse texto, desses sentimentos, e de tudo que eu penso e sou.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

amargamente doce, e inconfundivel.

 Quinzena passada eu havia lhe dito, que meu rímel estava borrado por motivos irrevogáveis, mas se lhe visse hoje você perceberia que como todo e qualquer mortal eu me enganava. Tudo havia mudado, pois percebi que a sorte conhece meu endereço e bate à minha porta. Está aqui, presente do bingo ao trevo de quatro folhas. E eu sei, eu sei que você dirá que sorte não existe, que o que existe são conquistas. Então chame de acaso, coincidência, fé, o que for. Independente do nome, aqui tem de sobra. E antes que você pergunte onde está meu bilhete premiado na Mega Sena, onde foi parar o carro que ganhei no último sorteio ou quanto dinheiro andei achando na rua, é bom avisar: Sorte pra mim é ver o carrinho de picolé chegando. É compartilhar gargalhadas na segunda. Acordar com vontade de fazer bolo e ver que tenho os ingredientes. É ganhar beijo roubado. Sorte pra mim é sol no sábado. É pijama até às 3. É reunir os melhores amigos com chapeuzinho de aniversário ou simplismente em um bom e velho filme com muito sorvete. É saber que amanhã é sexta. E que os problemas já podem ser substituídos por otimismo. Sorte é saber que posso contar com minhas crenças, meus amores, contar com tudo que sou e que tenho. E saber que eu não sou um monte de coisas. Mas que posso ser. É ter pra quem ligar quando eu quero rir. E ter alguém pra chamar quando eu quero colo. É ter certezas. É saber que vai dar tempo. Que vai dar saudade. Mas que sou determinada a ponto de quebrar a cara (e de não desistir com isso). É, acima de tudo, saber perceber que eu tenho sorte.
Sorte é ter um passado doce e o açucareiro nas mãos. Eu sou a minha própria sorte.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

burrice, futilidade, fraqueza.

É só um sorriso, mas a maneira com que ele brinca com os seus olhos, penetrantes, viciantes, isso me alucina, saber que posso mas não devo tocar é surrealmente torturante. Cada globulo em meu sangue insiste em estremecer. O desejo anula todos os sentidos. É bom, vicia, cega, mas desejar o que não se pode ter, além de ser instigante, é extremamente perigoso. E por irônia de minha sorte, sempre gostei do perigo.

domingo, 10 de outubro de 2010

Se você não entende, pode ir embora.

Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito não é mais o mesmo, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos. Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos, nem os filmes favoritos. Que pessoas e assuntos fúteis não me encantam mais. Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Ele não sabe que eu nunca mais recorri a fotografias. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. E que ainda não aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que tenho estado tão bem sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Mas que ainda preciso de meu sorvete quando tudo dá errado. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu aprendi que posso ser minha melhor e mais confiável companhia: e o principal, ele nem imagina que foi ele quem me ensinou a ser assim. Não vou voltar a acreditar em algo que á muito aprendi não ser real. Não, não sou tão idiota assim. E você, o que tem a ver com isso? Bom, se você não entende pode ir em bora, perdi muito tempo tentando me explicar para no final perceber que nada valeu meus esforços. Não se preocupe se você não estragar o pouco de consideração que ainda tenho quem sabe você possa virar uma lembrança minha também, escrita em tinta azul borrada, borrada pois não teve tempo para secar. Descubri que você tinha razão, realmente sou diferente, não me contento com frações, e tão pouco com o que é comum.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Algo morno e ingênuo que havia ficado no caminho.

Era somente mais uma manhã fria e chuvosa, mas para mim aquilo era o inferno, aquelas meninas sorridentes no corredor da escola me perturbavam, seus risos e brincadeiras doiam ao meu ouvido, tudo me parecia chato, monotono e sem vida, as pessoas, elas me cansavam, tudo que saia de suas bocas era fútil, desbresável. Meu melhor amigo já não confiava mais em mim, eu não o julgaria, na ultima semana eu traira até a mim mesma, eu tentava negar a razão de tudo isso, mas a massa cefálica existente em meu cérebro fazia-me relembrar de segundo em segundo, o quão eu estava sendo tola e imatura, ingenuidade minha achar que no final tudo ficaria bem e ninguém se machucaria, talvez eu quizese apenas minha alegria de volta, meus sorrizinhos bobos acompanhados de gargalhadas exageradas.
Minhas mãos geladas deslizavam sobre o teclado do meu notebook, enquanto eu digitava em um site de buscas a procura de um tradutor.. enfim aquele meu dia infernal acabara desse jeito, sem vida, sem motivos, e com a minha insegurança, tenho lembranças aqui, dentro de mim, mas não houso revela-las nem a mim mesma, o ácido lático em meus músculos estremece toda vez que fecho os olhos e lembro.. enfim, isso não importa mais agora. Minha frieza me levara até aqui, mas agora, agora sinto-me apenas uma garotinha vulnerável, precisando de um afago e de mais um sorriso seu.