domingo, 20 de junho de 2010

nada morre, apenas adormece.

Já nem mais me importava com a hora que o relógio mostrava, por mais que eu tentasse decifrar o que eu estava sentindo nenhuma palavra parecia-me exata. Minha atenção voltava-se à melodia da música satellite heart que agora tomava conta do meu quarto, eu odiava a mim mesma por me entregar a fraqueza novamente, o que estava acontecendo comigo? Eu já deveria estar acostumada com o fato das coisas estarem daquele jeito, eu sabia com cada célula de meu corpo que nada mudaria, independênte de quantas noites eu perdece o sono com bobagens. Não fazia sentido, aliás nada mais estava fazendo sentido últimamente. Olhei para o canto direito e meus olhos prenderam-se em algo que a muito tempo já tinha sido minha fortaleza, um ursinho de pelúcia grande e macio, talvez lembranças reconfortantes, não sei ao certo. Num impulso levantei e caminhei até lá, abracei-o e não consegui controlar a enxurrada de dor jogada em minha memória, era incrível como depois de tanto tempo aquela ferida mantinha-se aberta, intacta. Sequei rápidamente as lágrimas que desfocavam minha visão e então, algo muito forte apertou meu coração, fazendo o sangue em minhas veias pulsar mais rápido... Uma mancha preta no rosto do grande urso de pelúcia, e eu lembrava-me exatamente do dia em que aquela mancha fora feita: "Era uma tarde de verão, talvez um verão qualquer se não fosse por aquilo, após terem esmigalhado o que restava de meu coração, covardemente tranquei-me em meu quarto e chorando abracei o urso de pelúcia, minha maquiagem borrada havia feito a mancha preta no rosto do urso." E após tanto tempo ela ainda estava lá, como uma cicatriz, e não permiatia-me esquecer de nada! Levantei a cabeça vagorosamente expremendo as lágrimas que insistiam em se formar, permitindo-me sentir o gosto que elas tinham! Eu nunca havia fraquejado, e não seria agora a primeira vez, eu não podia me dar ao luxo de simplesmente ficar triste, não! Eu não podia. Era a penúltima semana de aulas, a semana dos exames finas, e minhas notas não eram nada invejaveis.. Eu tinha plena consciência de que não podia desabar.. pelo menos não agora.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

e finalmente conheci a nostalgia.

Eu não tinha me preparado para aquilo, nada do que estava ocontecendo tinha entrado em meus planos nem por um segundo, mas estava acontecendo.. Na verdade eu sabia que toda aquela nostalgia viria à tona mais cedo ou mais tarde, mas eu contava com tempo, o suficiente para estar pronta...
Tanta gente naquele mesmo lugar, todas elas rindo sem preocupações.. eu também era assim, eu queria continuar assim. A música alta que corria por todo meu corpo não me alegrava mais como antes, agora era dolorida, torturante..
Olhava fixamente para o chão esperando que tudo aquilo fosse só um breve pensamento, mas não foi! Então me dei conta do que realmente eu estava sentindo, aquela porcaria quente se formando no meu olho e caíndo muito rápido, num reflexo sequei-á, mas era tarde, todos haviam notado, que ótimo! Esse era só o começo do estrago que eu faria na noite das pessoas que eu mais amo, mas quase que instantâneamente ela, que um dia havia sido minha melhor amiga, me puxou pelo braço até o banheiro, ninguém precisou falar nada ela sabia exatamente o que eu tinha, mas não foi como antes, o abraço dela não me reconfortou, nada me reconfortou naquela noite! Naquele banheiro branco como a neve congelante do ártico, lavei meu rosto e tentei convencer a mim mesma que tudo ficaria bem e logo voltaria a ser como era. Respirei fundo e coloquei minha melhor máscara, e voltamos para lá. Outros braços numa tentativa falha também tentaram me acalmar, as milhões de pessoas, a música, as luzes, nada prendia minha atenção! Me dei conta que o tempo passou muito rápido e as coisas não foram como eu queria, eu havia enterrado meus sonhos sem nem mesmo me dar conta disso, meu planos foram inúteis e as tentativas falhas, agora talvez seja tarde demais, é melhor fingir que não dói.