segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Mais do que qualquer um, eu te conheço, sei dos seus medos e até das suas estratégias de sobrevivência, conheço suas músicas, suas manias, seu gosto e seu jeito. Eu traduzo o que você está sentindo sem que você diga uma palavra, você que me ensinou a fazer isso. Já ouviu falar que opostos se atraem e os dispostos se distraem, pois é, é questão de tempo, talvez muito tempo mas você perceberá, e quando voltar eu não estarei mais aqui. E eu sei que antes de ser qualquer outra coisa, és um mortal como todos os outros, portanto eu lhe digo meu caro, seu sorriso pode enganar uma multidão, mas nunca a mim. Não se esqueça de quem eu sou. Mas agora, o que foi feito está feito, lavo minhas mãos! Eu estou indo em bora, definitivamente, fui por ali, mas se você for rápido ainda me alcança.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

minhas entrelinhas.

Cada estrela á qual já fiz um pedido, cada raio que já embaçou minha visão durante o pôr-do-sol, cada fim de tarde junto ao mar, as gargalhadas com os amigos, a leveza de meus amores, cada livro que já me fez companhia madrugada à dentro ou mesmo os que li sob a sombra de minha pitangueira favorita, sorrisos espontâneos, flores e primavera. Sou feita disso. Isso para mim é a felicidade, o simples e verdadeiro.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

as cores as vezes escondem muita escuridão.

Eu conseguia escutar o cantar dos passáros que entravam abafados e leves pelas pequenas fendas existentes nas janelas quebradas, daquela pequena sala colorida e encantadoramente ajeitadinha, decorada de forma abstrata; as paredes riscadas com memórias, e um pequeno bule pintado manualmente de floral carregava algumas flores dentro de si, em um cantinho da sala. Agora a melodia de uma das minhas músicas preferidas ecoava pelo ambiente, aquilo me acalmava fazendo meus pensamentos mais perigosos se afastarem cada vez mais. Toda aquela raiva e tristeza que haviam se acumulado dentro de mim não passavam de pura poeira agora, como a que estava impregnada naquelas roupas bagunçadamente penduradas na arara. Talvez eu devesse simplesmente levantar e sacudir a minha poeira, a que estava dentro de mim. Respirei fundo e prendi o ar em meus pulmões, fechei os olhos e desejei com todo meu coração que eu pudesse ser forte e manter  meus pensamentos positivos. Não senti calafrios, nem borboletas no estômago, e muito menos uma brisa levemente refrescante entrara pela janela ou outra coisa do tipo, nada, nada acontecera. Então abri os olhos vagarosamente e eles correram de imediato para uma palavra que parecia se destacar na parede verde limão. Fênix. Então eu entendi. Era preciso sacudir a poeira e renascer das cinzas, e eu o faria.